Uma das principais funções do pai é estabelecer limites de comportamento. A disciplina eficaz exige sabedoria, paciência e persistência.
Sentimentos de cordialidade, afeição e amor devem ser temperados com conhecimento, compreensão e autocontrolo por parte dos pais. A criança que não sabe quais são os seus limites de comportamento sente-se igualmente insegura e não amada. A juventude necessita de limites. Como pais, precisamos de possuir certas qualidades básicas:
- Capacidade de aceitar a criança afetuosamente.
- Comportamento consistente como pais, isto é, a maneira como os pais se relacionam com o filho é constante, dia a dia.
- Definições de limites claros de comportamento. Os limites podem variar de família para família. É importante que sejam bem compreendidos pela criança e consistentemente reforçados pelos pais.
O que é disciplina? A disciplina é, no geral, definida como castigo que produz obediência. Esse conceito é, porém, muito limitado. A palavra “disciplina” deriva de “discípulo”. Tanto “disciplina” como “discípulo” têm origem no termo latino “pupilo”, que significa instruir, educar e treinar. A disciplina envolve a modelagem total do carácter da criança, encorajando o bom comportamento e corrigindo aquele que é inaceitável. O castigo é a parte da disciplina que fornece uma restrição curta e temporária.
O castigo do mau comportamento não produz automaticamente o bom comportamento. A disciplina inclui também a responsabilidade dos pais em obter, encorajar e construir o bom comportamento em substituição ao mau.
Propósito da disciplina: Os pais devem perguntar-se a si mesmos: qual é o objetivo final que desejo alcançar na educação dos meus filhos?
Método de disciplina: a reação da criança à disciplina dos pais tem muito mais significado do que o método usado. Deixo alguns princípios orientadores que você pode achar úteis:
- Uma atitude positiva no geral obtém o comportamento desejável mais depressa do que a negativa.
- Faça mais elogios do que censuras.
- Antecipe as áreas de problema e procure eliminá-las antes que surja o conflito.
- Encoraje o seu filho em lugar de reclamar dele.
- Procure ser imparcial.
- Ouça as explicações antes de tirar conclusões.
- Seja consistente, mas não inflexível.
- Evite o ridículo, o sarcasmo e a ironia. Podemos disciplinar, sem levar a criança a sentir-se ridicularizada.
- Explique as suas decisões sempre que possível, mas exija obediência instantânea quando necessário.
- Estabeleça limites definidos e claros de comportamento, evitando regras detalhadas ou arbitrárias que confundem as crianças, isto é, seja claro nas regras.
- Não tome decisões absolutas precipitadamente, especialmente quando estiver tenso ou cansado. Diga “talvez” em vez de “não”, ou “vou pensar”.
- Considere as diferenças individuais dos seus filhos e faça os seus julgamentos de acordo com elas.
- Se medidas negativas forem necessárias, administre-as com sabedoria.
- Faça diferença entre educação e castigo. Há atitudes descuidadas e desajeitadas que só podem ser melhoradas por meio de lembretes consistentes durante um longo período de tempo, enquanto a má conduta deliberada deve ser punida imediatamente (castigo).
- Castigue na base do motivo e não dos resultados. A mentira deve ser castigada mais severamente do que um copo que a criança deixou cair ao chão.
- O castigo deve ser de acordo com a ofensa. A humilhação em público ou castigo em grupo poucas vezes dá resultado.
- Evite medidas disciplinares à mesa.
- O castigo severo só deve ser aplicado quando você estiver calmo e controlado. As decisões impulsivas são geralmente lamentadas.
- Não ameace a criança. Aplique-lhe a punição ou abra mão dela.
- Mantenha um mínimo de regras, mas exija o cumprimento das que forem estabelecidas.
- Não castigue a criança obrigando-a a fazer atividades de que deveria gostar. Por exemplo, alguns pais forçam os filhos a ler a Bíblia como castigo.
Não esqueça ainda que a criança é toda ouvidos e olhos abertos. Ela é uma superfície de absorção. A criança pequena reage aos que a rodeiam e imita essas pessoas. Ela procura ser como aqueles que ela ama e admira. Aquilo que os pais são, mais do que aquilo que eles dizem, estabelece o modelo para a criança. O que os pais fazem na própria vida é muito mais importante do que aquilo que dizem ou as limitações que estabelecem, pois os filhos imitam os pais nos seus defeitos e qualidades.
Sobretudo, deve haver uma disciplina adequada. Recorde ainda que crianças bem ajustadas não necessariamente vêm de lares onde os pais cometem poucos erros. É mais provável que venham de famílias onde os pais cometem muitos erros, mas são honestos o suficiente para admiti-los e podem pedir perdão com sinceridade. Admitir uma falha é o primeiro passo para se aperfeiçoar e para ganhar respeito. Um pai que é bom o suficiente para se desculpar vai ter uma criança que também aprende a pedir desculpas.
As crianças não obedecem e honram os pais porque a Bíblia diz que devem fazê-lo nem porque eles fazem tudo certo. Em vez disso, elas reagem ao amor, à compreensão e aos relacionamentos significativos com os pais no trabalho, nas brincadeiras e na vida diária em conjunto.